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Gracias aos veículos de comunicação que gentilmente divulgam ou me entrevistam sobre os lançamentos dos meus livros: "Mia", a holandesa de pés descalços! um romance publicado pela editora Scenarium livros artesanais, com costura oriental. 

"Comédia, A Arte Da Irreverência", que nasceu através da  minha parceria com a  jornalista Raquel Villela Alves - que foi minha aluna numa oficina de comédia na Cal - e lançado pela editora Lacre, além do "A Volta ao Mundo", publicado através da Chiado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entrevista para a editora paulista Scenarium livros artesanais.

Scenarium — quando vem a vontade de escrever?
Anselmo Vasconcellos — sinto essa vontade das mais variadas maneiras. Lendo, vendo um filme, conversando ou contemplando apenas.  Eu contei esta historias em vários almoços. Convidei amigos e amigas para almoçar e contava a história deste encontro do bardo, o narrador com Mia. A oralidade do ator se completa com a escrita.

Scenarium — Ser “público” e engajadora de acontecimentos te faz perder a poesia?
Anselmo Vasconcellos — A poesia precede tudo na minha vida. Como sou ator, o público me completa e significa.

Scenarium — O que te incomoda na literatura e no mundo literário?
Anselmo Vasconcellos — O que me incomoda em quase tudo: a institucionalização, os padrões acadêmicos e as posturas de mercado.

Scenarium — em que mundo você gostaria de pisar com a escrita?
Anselmo Vasconcellos — Ela é isso. É o que eu piso, mesmo quando é  flutuante. O corpo da escrita é matéria de sonhos.

Scenarium — tua escrita é mais sonho ou realidade?
Anselmo Vasconcellos — Luiz Carlos Maciel escreveu: “Acho que a ficção fica boa quando se aproxima da autobiografia e, por sua vez, a autobiografia fica boa quando se aproxima da ficção“. Penso que quanto mais à distância escrevo a história, mas me aproximo de mim.  É um sonho acordado.

Scenarium — qual o gosto que você associa ao ato da escrita?
Anselmo Vasconcellos — Ativa muitos sentidos. Já me embriaguei com mimeógrafos no passado. Escrevo nos mais variados lugares e situações. O final do livro Mia escrevi diante de uma fogueira em uma festa junina. Sentia cheiros, o corpo energizado pelo fogo, o olhar cheio de cores noturnas e num beijo na boca que ocorreu me veio a cena final.

Scenarium — o que mais te perturba em sua própria escrita?
Anselmo Vasconcellos — Sua pré-existência. A sensação de que ela já existia. Freak-out!

Scenarium — qual o teu processo de escrita?
Anselmo Vasconcellos — Tenho uma fidelidade canina na minha intuição.

Scenarium — como escolheu o título de seu novo livro?
Anselmo Vasconcellos — Mia é um nome próprio popular na Holanda. Nomeia uma personagem despojada, integra. Sua complexidade e sofisticação vem de sua simplicidade.
Lembrei da Ava Gardner fazendo o brilhante texto no cinema ‘A condessa dos pés descalços‘ e capturei a metáfora para realçar ainda mais o despojamento da personagem. A mulher fértil de amor e descalça das vaidades mundanas.

Scenarium — o que seu leitor vai encontrar nas páginas de teu livro?
Anselmo Vasconcellos — Eu tenho encontrado tantas coisas, neste livro ao revisitar estes anos 68 e 69 — os sets do livro.  Tenho repensado os dias de hoje. O curso da história não é misterioso, é absurdamente claro. Está lá na narrativa documental.
Godard diz que um documentário fica bom quando se aproxima da ficção e um filme de ficção fica bom quando se aproxima do documentário. Esquecemos muitas coisas por alienação deste sistema de vida insano e pouco contemplativo que vivemos. Esse livro me libertou e espero que liberte quem se envolver.
Com a revisão e editoração surgiram ritmos e por eles as pausas, o silencio. A dicção. Alguém disse que música é o silencio entre uma nota e outra. Em Mia, a holandesa dos pés descalços há espaços musicais neste sentido. Ha autores manifestos. Como Herman Hesse que me perseguiu com seu lobo na minha estepe.

Fonte: https://scenariumplural.wordpress.com/2016/12/01/entrevista-anselmo-vasconcellos/

Anselmo Vasconcellos

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