Quando Mia chegou às minhas mãos, devorei cada uma das linhas, como

quem tem fome. Anselmo — o autor — é uma figura ímpar, com um sem-fim

de vivências, tanto reais quanto imaginárias... e é nessa fonte que a sua escrita

se alimenta. Por isso, fica impossível separar o personagem do homem, muito

embora existam seus paralelos.

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Ele é um pesquisador, um curioso — e também uma pessoa atenta aos

movimentos e fluências da realidade das coisas. Trabalhar o livro me permitiu

saber um pouco mais da pessoa por trás do personagem, e do personagem à

frente da pessoa.

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E ele foi muito generoso em me presentear com sua filosofia de vida e arte...

que vai de Shakespeare a Lacan. De Proust a Hesse... de personagens reais —

do cotidiano que ele habita... a imaginários — que inventa ou deles se apropria.

Mia é tal qual o autor Anselmo, um experimento...  

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Lunna Guedes- escritora e editora